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quinta-feira, 11 de abril de 2013

No Facebook, uma telinha indicava um clipe de uma banda. Era mais uma sugestão de um amigo que só tenho no mundo virtual. Ele merecia crédito. Já tinha acertado em cheio nas duas outras setinhas que cliquei para dar início a filmetes musicais.
Play. Um impacto. Daqueles que deixam qualquer um atordoado. Algo que a música, de tempos em tempos, faz comigo. Mas, desta vez, foi uma porrada das mais afetivas. E afetuosas.
Tal qual mulher de malandro fui jogado para longe pelo ímpeto sônico-temporal que reverberou em meus diminutos fones pretos acoplados ao PC do trabalho. Fui levado para fins dos anos 90. 1997, em um chute bem dado.
Foi quando ganhei um K7 de um amigo da escola. Nele, em cada um dos lados, estava escrito a caneta Bic azul os nomes Rancid e Bad Religion. Atrás, em pautas estreitas, uma série de canções punks destas bandas.
Mas – e é um “mas” feliz, depois fui saber – nenhuma das músicas gravadas naquela fita magnética correspondiam às inscrições. Não havia Bad Religion nem Rancid. Somente uma série de músicas sensacionais, de grupos distintos e totalmente desconhecidos para mim. E assim ficaram por muito tempo, mesmo sendo ouvida quase que diariamente no meu walkman, no caminho de casa .
Nestes anos, minha primeira revelação foi que a maior parte daquelas faixas era dos ingleses do Buzzcocks. Soube ao assistir a um antigo programa do João Gordo na MTV. “Do it”, o clipe que revelou a paternidade de 75% daquela Basf de 90 minutos. E Buzzcocks passou a ser uma das minhas bandas preferidas durante anos e anos.
Pouco tempo depois, ao comprar um CD por causa de “In the City”, fiz outra “descoberta”. Havia The Jam naquela compilação que habitava o toca-fitas portátil. Era “Modern World”, bela faixa mod-punk.
E, hoje, o Facebook foi responsável por reavivar qualquer nesga de lembrança daquela fitinha que ainda havia em alguma sinapse mal conectada de meu cérebro. “Emergency”, do 999, veio em decibéis via banda larga me roubar – ou seria me dar – 14 anos de vida, jogando-me em uma ex-realidade límbica.
Era a música a ser desvendada na minha fitinha.




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